sexta-feira, 5 de março de 2010

Pausa pra reflexão: quando uma etapa de nossas vidas acabou - "a festa chegou ao fim"

Muitas vezes se faz necessário darmos uma pausa para refletir, e, em decorrência desta reflexão, chegamos  a uma primeira conclusão: nossas vidas são constituídas por etapas, fases. Se continuarmos a reflexão possivelmente chegaremos a outra (esta às vezes mais penosa) - tá na hora de "partirmos pra outra" . Ou seja, a velha e conhecida expressão "isto aqui já deu o que tinha de dar".
Todavia, temos que ter sensibilidade e coragem suficientes para reconhecermos que determinadas relações (jurídicas, contratuais, negociais continuadas, amorosas etc...) já tiveram "seu tempo". Ou seja, "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia" (Lulu Santos). 
Para constatarmos que algo que já teve "seus dias de glória", basta imaginarmos a seguinte situação matafórica: estamos em uma festa, cuja banda musical já parou de tocar, cujas mesas já foram praticamente todas desocupadas, cujos garçons e demais pessoas encarregadas pelo evento já estão prestando contas e nós ainda estamos sentados ao redor de uma mesa sem coragem para levantar, pagar a conta e ir embora (igual aos outros que estiveram presentes). Convenhamos que esta sensação é mais comum do que possa parecer.
Forçoso admitir que não constitui tarefa das mais fáceis tomar decisões as quais podem diretamente alterar nossa "zona de conforto", nosso futuro. Trocarmos aquilo que já possuimos, e que, aos olhos da vasta maioria das pessoas parece "seguro e confortante", pelo que, na mesma proporção e para as mesmas visões, parece "inseguro e imprevisível", é tarefa das mais penosas e muitas vezes criticadas por aqueles que nos acompanham e nos desestimulam (até por interesses próprios contrários aos nossos!).
Tratam-se daquelas relações já estagnadas - profissionais, empregatícias, amorosas, negociais ou comerciais,  nas quais temos que muitas vezes ter coragem de reconhecer que já  foram uma dia atrativas, saudáveis, por corresponderem aos nossos anseios de outrora. Admitir que, em decorrência da alteração fática, não nos parecem mais favoráveis é algo estremamente "delicado".
E o pior: teimar em permanecer como estamos, em face da falta de coragem de mudar a rota de nossas vidas, acarretará o sentimento negativo de frustração no futuro. Podem crer!!!
Assim, temos que ter a percepção necessária para identificarmos que determinado momento chegou - que a hora é essa - que determinada situação "já deu o que tinha de dar", enfim, metaforicamente - que "a festa acabou" e é hora de irmos para casa ou continuarmos a "balada" em outro local, se as forças físicas e financeiras forem suficientes para tanto.
O filósofo Heráclito dizia que: "Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo"Enquanto Platão comentava sobre Heráclito: "Ele (Heráclito) compara as coisas com a corrente de um rio - que não se pode entrar duas vezes na mesma corrente"; o rio corre e toca-se outra água. 
Em suma, citada corrente filosófica vislumbrou que somente seria possível entrar em um rio uma única vez, pois a água (correnteza fluvial) não será mais a mesma, muito menos nós seremos mais os mesmos, ao entrarmos novamente nas águas. Tudo passa, inclusive a própria vida!

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